Resumo: A tese busca examinar as acepções e formas de apropriação da temática da subjetividade no Serviço Social brasileiro, tendo como base teórica-metodológica a Teoria Social Crítica. O procedimento metodológico que possibilitou mapear e analisar as acepções da Subjetividade foi dividido em 3 fases de coleta e análise de dados, a saber: i) Revisão Sistemática de Literatura (RSL) na plataforma da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes); ii) análise documental sobre a Formação Profissional (Diretrizes Nacionais curriculares da ABEPSS de 1996, Projetos Políticos-Pedagógicos dos cursos de graduação e pós-graduação na área de Serviço Social e as grades curriculares dos cursos) de cinco Instituições de Ensino Superior: Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), Universidade de Brasília (UNB), Universidade de Pernambuco (UFPE) e Universidade Federal do Pará (UFPA); iii) mapeamento das produções científicas defendidas dentro do recorte temporal dos últimos dez anos (entre 2012 e 2022), que tratavam acerca da subjetividade nas instituições anteriormente citadas. Essa última etapa da pesquisa consistiu em uma análise geral de 1.174 dissertações e teses para identificação e análise da subjetividade expressa nos títulos, palavras-chave, resumos, sumários e trechos no interior da produção científica da área do Serviço Social. Posteriormente, analisou-se uma amostra de 160 dissertações e teses com ênfase na natureza dos estudos, metodologia utilizadas e incidência do termo no interior desses estudos. A pesquisa reitera a presença contínua do estudo da subjetividade na produção científica da área de Serviço Social e aponta que o percurso que transpõe a temática da subjetividade na profissão não é homogêneo: é um caminho permeado de controvérsias, ambivalências e contradições postas no movimento do objeto. Esta pesquisa mostra muito mais que as acepções da Subjetividade no Serviço Social, revela um movimento dialético inscrito na dinâmica contraditória e histórica da profissão que indica os avanços da pesquisa na área de Serviço Social, além do aprofundamento teórico-metodológico, o diálogo com autores da filosofia, sociologia, sociologia do trabalho, antropologia, psicologia, psicanálise, entre outros. Uma profissão que nasce altamente conservadora, e que se permitiu, com o Movimento de Renovação, se estabelecer enquanto produtora de conhecimento de diversas e diferentes temáticas e neste bojo, a subjetividade aparece indiretamente atravessando todas essas discussões. Destarte, a subjetividade no Serviço Social brasileiro é discutida, principalmente, a partir de uma perspectiva crítica alinhada a autores marxistas e não marxistas e tem forte vínculo com a categoria trabalho. A tese evidencia contradições e ambivalências presentes na abordagem da subjetividade na profissão, reforçando enquanto principal desafio, em que pese o estudo da subjetividade, a articulação entre teoria e prática na profissão e, por fim, a subjetividade se apresenta nesta tese como um caleidoscópio, com múltiplas acepções que refletem a sua complexidade e diversidade.