Resumo: A presente tese teve como objetivo analisar o trabalho profissional da(o) assistente social em hospitais de alta complexidade do Sistema Único de Saúde (SUS), no estado do Pará, e as repercussões dos modelos de gestão (modelo de gestão direta e o baseado na relação público-privado). A investigação foi orientada pelo método do materialismo histórico e dialético e da teoria marxista para a apreensão da realidade investigada. Ademais, é resultado de uma pesquisa descritiva e explicativa, com abordagem quantitativa e qualitativa, e das pesquisas empírica, documental e bibliográfica. Os sujeitos foram 73 (setenta e três) assistentes sociais e 04 (quatro) gestore(a)s, que trabalham em 04 (quatro) hospitais de referência: HOL, FHCGV, HMUE e HRAS. Como instrumento de coleta de dados foram utilizados o questionário e a entrevista do tipo semiestruturada constando de questões relacionadas ao objeto de estudo, além da observação sistemática durante a referida pesquisa nos hospitais. Os resultados foram sistematizados e analisados com base na técnica da análise de conteúdo de Bardin, com a finalidade de apresentar as principais determinações do fenômeno investigado. Assim, os resultados apontaram como tendência, o trabalho baseado em relações políticas e na padronização por metas, com limitação de recursos orçamentários e voltados para o mercado, com orientação dos preceitos neoliberais e da chamada modernização, instituída pelo marco da reestruturação produtiva, em resposta à crise do capital, com rebatimentos da contrarreforma do Estado brasileiro na década de 1990, que inaugurou a implementação de novos modelos de gestão nos diferentes setores da sociedade, dentre os quais nas políticas públicas, a exemplo da política de saúde. Neste sentido, o trabalho profissional da(o)s assistentes sociais nos hospitais de alta complexidade, no estado do Pará, segundo a(o)s participantes da pesquisa, é considerado complexo e desafiador no que tange a viabilização de direitos dos usuários do SUS devido as repercussões dos modelos de gestão adotados pelos referidos hospitais, que têm por base o gerencialismo e o tensionamento por relações políticas. Os resultados, também, apontaram como tendência o processo de novas formas de precarização social das relações, condições e organização de(o) trabalho, com base nos respectivos modelos de gestão dos hospitais, logo, são vários os limites e as dificuldades identificados pela(o)s assistentes sociais que trabalham nesses espaços socio-ocupacionais. Além disso, a(o)s profissionais mostram-se desmobilizados e desarticulados e, apesar, de terem sido identificadas possibilidades para o enfrentamento ao que vem ocorrendo no campo da política pública de saúde, que repercute no trabalho dessa(e)s profissionais e, consequentemente, nos serviços prestados aos usuários do SUS, não estão sendo construídas estratégias efetivamente. Portanto, as repercussões para o trabalho profissional da(o) assistente social revelaram a relação particular considerando os modelos de gestão dos hospitais investigados, assim como, a relação com a totalidade da dinâmica da sociedade capitalista e as transformações no mundo do trabalho.